PMs de Cristo chega aos 29 anos comemorando o reconhecimento do Projeto Polícia e Igreja junto aos policiais e ao Comando-Geral da PM

O aniversário de 29 anos da Associação PMs de Cristo é marcado por vários novos passos a serem dados na direção de consolidação de programas de sucesso como o Projeto Polícia e Igreja; gratidão pela caminhada até aqui, com reconhecimento do trabalho de capelania pelo Comando Geral da PM, e, principalmente, pela busca da excelência de atendimento aos usuários da entidade por meio da entrega de uma nova sede e ampliação de benefícios a serem oferecidos aos policiais militares e suas famílias. 

Os PMS de Cristo se orgulham pelo foco que possuem de trabalharem com afinco para a melhoria da saúde geral (espiritual, física e mental) dos homens e mulheres da corporação, por meio do serviço prestado pela capelania voluntária, braço forte da entidade, e pelo impacto positivo que essas boas práticas geram no clima organizacional das unidades da PM, vida e rotina dos policiais militares cristãos e não cristãos, e da melhoria da qualidade do contato desses policiais com a comunidade, sobretudo nos programas voltados à prevenção ao crime. 

Saiba mais sobre mais sobre os 29 anos da instituição, na entrevista que o portal realizou com o Coronel PMAlexandre Marcondes Terra, presidente da Associação PMs de Cristo.

 – Portal PMs de Cristo: A Associação PMs de Cristo foi fundada em 1992, em São Paulo. À ocasião, qual foi o objetivo de fundar a entidade e qual sua missão?

Cel Terra: A Associação PMs de Cristo foi fundada por 74 policiais militares, – entre cadetes da Academia de Polícia do Barro Branco e diversos policiais militares de várias unidades da capital, interior e grande são Paulo -,  no 25 de junho de 1992. A reunião de fundação foi realizada no auditório do Corpo Musical da Policia Militar. A necessidade da criação de uma instituição como essa surgiu da percepção desses policiais de que todos gostariam muito de fazer a obra de Deus juntos, mas que naquele momento, estavam desunidos. O objetivo da fundação foi nos unirmos para encontrarmos maneiras para cumprirmos o id de Jesus dentro da polícia militar. Inclusive para nos fortalecermos, já que existiam dentro da academia do Barro Branco e dentro de algumas unidades da polícia militar, iniciativas de momentos com Deus, que seriam pequenos períodos na hora do almoço ou na hora do intervalo, nos quais os policiais já se reuniam para fazer uma reflexão bíblica e oração. Essas iniciativas já existiam, mas eram iniciativas isoladas e bem pontuais. Então, naquela ocasião, os policiais militares cristãos perceberam que era hora realmente de tomar uma posição e nos mobilizarmos em unidade para nós podermos nos ajudarmos mutuamente a viver o evangelho dentro da policia militar, e também podermos evangelizar, cumprindo o id de Jesus, o id de pregar o evangelho, levando uma palavra de fé, vida e esperança ao policial e sua família. A Associação também teve como objetivo de fundação, prestar atendimento espiritual e familiar ao policial militar, aos policiais já cristãos e aos não cristãos, que desejassem participar conosco das reflexões bíblicas sobre a missão de Deus para a profissão policial. Há também, aquela questão da identidade, a dúvida sobre se é possível ser cristão verdadeiro e ser um policial? Sabemos que isso – essa questão – era de difícil compreensão para alguns policiais militares. Esse era um aspecto importante de nós trabalharmos, precisávamos auxiliá-los sobre essa visão. Além disso, tínhamos em mente sermos uma organização representativa dos evangélicos perante ao comando da polícia e socorrermos os feridos de guerra, que são policiais que estavam feridos na alma, que estavam nos hospitais, os enfermos, seja por problemas de saúde mental, saúde física, alcoolismo, socorros diversos nessas crises, nos dramas da vida policial. Uma das responsabilidades nossas era socorrer os feridos de guerra como nós os chamávamos na época, e trabalharmos de forma unida, reconhecendo a importância que a bíblia dá à unidade, à questão da unidade do corpo de Cristo, e nós naquela época seguíamos o livro de Neemias – na bíblia como referência a história de Neemias -, que mobilizou as famílias de Israel para reconstruirem os muros da cidade, e os muros da cidade representam a segurança de Jerusalém, então, nós entendíamos que era hora de trabalharmos unidos, como as famílias trabalharam naquela época. Nós trabalhamos unidos para reconstruir as famílias destruídas e os muros da cidade que é a policia.

– Portal PMs de Cristo: Quais as principais ações e trabalhos realizados pela Associação de 1992 até o ano de 2015, ocasião em que a Associação PMs de Cristo decidiu implementar o Projeto Polícia e Igreja?

Cel Terra: Desde a fundação até o ano de 2015, a Associação PMs de Cristo realizou uma série de experiências tanto nas unidades de escola, hospital da polícia militar, presídio militar e unidades operacionais e administrativas em todo o Estado de São Paulo. Nós sempre promovemos momentos com Deus, como um tempo de oásis, um tempo de reflexão, um tempo de comunhão para justamente melhorar o clima organizacional das unidades policiais militares. É um período pequeno de momento com Deus, de 15 a 20 minutos, meia hora, de acordo com a realidade de cada unidade, mas sempre foi esse o nosso esforço, o de realizar esse momento para que o policial militar tivesse um espaço de tempo para reflexão sobre sua própria vida, sobre sua família, seus valores, sua fé,  e para que ele pudesse manter a fé dele viva, ativa e não se desanimar na profissão diante dos desafios. Assim, promovíamos os momentos com Deus, promovíamos palestras de orientação familiar, de saúde mental, para prevenção de suicídios, orientação familiar para o casamento, para criação de filhos, educação financeira, e também reforçando os princípios cristãos e valores éticos da atividade policial, e sobre a importância de se manter bem. Durante esse período todo – de 1992 a 2015 -, nós trabalhamos mais focados nas atividades administrativas, tínhamos feito poucos exercícios em atividade operacional, porque os policiais militares do operacional têm um regime de horário mais difícil. Contudo, em 2003, nós fizemos uma ronda missionária que foi uma experiência gratificante com atividade operacional, de ajudar os policiais que estavam na linha de frente, esse foi um marco histórico também nas nossas atividades, mas fazíamos isso ainda sem muito auxílio externo, de igrejas, porque nós somos apenas uma missão facilitadora para que o voluntariado da igreja possa ser implementado, potencializado, de forma prática. E o que ocorreu foi que em 2015 nós conseguimos, pela misericórdia de Deus, implantar o Projeto Policia e Igreja, que é um projeto de capelania voluntária de forma institucional, oficializada e de forma abrangente em todas as regiões do Estado. Nós iniciamos a implantação, diante de todas as boas práticas que nós já tínhamos realizado ao longo desse tempo, desde 1992 até 2015. Como informei, tínhamos feito práticas de capelania voluntária mais nas áreas administrativas, em escolas, presídios, hospital, mas não conseguíamos ter uma abrangência junto à maior dos policiais que eram os policiais operacionais da policia, seja ela operacional de polícia ostensiva, do policiamento rodoviário, policiamento ambiental, corpo de bombeiro, policiamento aéreo, então todas essas atividades de policiamento, para os policiais que estavam na linha de frente, a nossa atuação era pequena, por causa do tempo que eles têm. Eles possuem uma escala de serviço muito difícil de encontrar um período adequado para esse momento com Deus, diferente de escolas, hospitais, presídios, que a pessoa tem tempo para ouvir, para parar para refletir, o que não ocorre na atividade operacional. Mas esse fato nos incomodava muito, porque a maior parte dos policiais está na linha de frente, né? Então nós passamos a pensar nisso, porque nós tínhamos feito uma prática disso em 2003, como contei antes, com a ronda missionária, que foi um momento em que nós mobilizamos em torno de 300 voluntários de diversas igrejas para fazer, uns 5 minutos antes dos policiais entrarem na viatura, um momento com Deus, e tivemos momento de oração e fazíamos muitas vigílias de oração pela policia militar e pela segurança pública, já que a tônica dos PMs de Cristo sempre foi a oração. Em 2015, o Comando-geral da Polícia Militar, a partir do Cel Gambaroni, nos pediu uma ajuda para a ampliação das boas práticas que nós fazíamos para toda a polícia militar. A partir daí, criamos um cronograma e começamos essa implantação em todo o Estado. E foi algo maravilhoso, porque nos mostrou realmente a importância do nosso trabalho. 

– Portal PMs de Cristo: Qual a necessidade que levou a Associação PMs de Cristo a criar o Projeto Polícia e Igreja? Como funciona e qual o objetivo?

Cel Terra: O Projeto Polícia e Igreja nasceu da necessidade de atender de forma institucional toda a polícia militar, especialmente as unidades nas quais nós não tínhamos o momento com Deus, não tínhamos nenhum trabalho de assistência espiritual e familiar, que eram, nesse caso, as unidades das áreas operacionais da PM. Desta forma, o objetivo foi criar mecanismos simples, que pudessem oferecer um trabalho de assistência ao policial operacional e de apoio a ele.  O projeto teve início dessa forma, oferecendo aos comandantes uma oportunidade de 5 minutos por semana de o capelão voluntário levar uma reflexão e uma oração à tropa, antes dela entrar na viatura e cumprir seu horário de 12 horas de trabalho, que é um horário intenso. E assim foi feito um teste e o resultado deu muito certo. Os policiais gostaram muito desses 5 minutos semanais de reflexão e oração, e, a partir disso, nós passamos também a oferecer uma oportunidade de aconselhamento, incentivo aos policiais para buscarem ajuda quando precisarem, quebrando aquela síndrome de que o policial normalmente acha que não precisa de ajuda, acha que vai vencer todos os obstáculos sozinho, acha que é um herói, mas ele é um ser humano. Então, a gente sempre resgata a figura do ser humano, nesses 5 minutos com Deus. Além disso, o projeto abriu espaço para palestras em outras ocasiões, em reuniões, por exemplo, nas quais o comandante reúne a tropa para fazer avaliações de trabalho, momentos de valorização, entrega de medalhas, estágios de aperfeiçoamento profissional, treinamentos e assim por diante. Desta maneira, o Projeto Polícia e Igreja foi ganhando corpo. Em todas essas ocasiões, aproveitamos os eventos e levamos uma reflexão sobre a vida espiritual, a vida familiar e os valores e princípios éticos. Nessa perspectiva é que passamos a trabalhar de forma institucional e ampliando as boas práticas que nós já tínhamos para toda a polícia com o Projeto Polícia e Igreja, e também só foi possível realizar esse trabalho justamente chamando igrejas para estruturar e compor nosso time de capelães voluntários. Com isso, os capelães não eram só policiais militares da ativa ou policiais militares veteranos, mas também civis, uma vez que começamos a incrementar nossa lista com capelães civis voluntários de várias igrejas: Batista, Presbiteriana, Assembleia de Deus e outras que entenderam o chamado e entenderam a importância de participar dessa capelania voluntária por meio desse projeto de aproximação das igrejas com a polícia. E só complementando, além do Projeto Polícia Igreja aproximar igrejas, aproximar voluntários de diversas igrejas, nós temos um treinamento para eles. A partir desse treinamento eles começaram a atuar dentro desse serviço de capelania, nesses momentos com Deus, com aconselhamento, ajudando também em ofícios fúnebres de oficiais e familiares, ajudando a reforçar valores, ajudando em crises pessoais, familiares, crises de trabalho e melhorando o clima organizacional, evitando que crises internas resultem em problemas de clima na corporação. Além de o Projeto Polícia e Igreja se preocupar com o ser humano, prestando toda essa assistência espiritual, familiar e social, nós, da Associação, entendemos também que havia um segundo momento, em que a igreja passava a ser parceira da própria polícia e era convidada a participar também do Conselho Comunitário de Segurança do bairro, de Programas de Prevenção Primária do Crime, por exemplo, Vizinhança Solidária, PROERD – Programa Educacional de Resistência às Drogas em Escolas, então, há esse segundo ponto do projeto que é, além de atender numa primeira fase, o ser humano policial e sua família, ele passa, em uma segunda fase, também  a pensar na comunidade, atendendo os desafios e dramas comunitários com ações de prevenção ao crime e violência, a partir desses programas que a polícia militar desenvolve, como o Conselho Comunitário de Segurança, os Consegs, campanhas educativas de prevenção à acidentes, de roubos, furtos, etc.. Uma visão comunitária também passa a ser o segundo momento do Projeto Polícia e Igreja que é uma aproximação de fato não apenas do capelão, mas de toda a comunidade que ele representa, dentro do sistema de Segurança Pública.

– Portal PMs de Cristo: Como o projeto se desenvolveu e como está atualmente – abrangência, número de capelães, em que cidades atuam?

Cel Terra: Como informado, o Projeto Polícia e Igreja foi desenvolvido a partir de 2015, com uma reunião que foi feita com o Comando-Geral da PM e com pastores, promovida pelos PMs de Cristo, na qual fizemos uma chamada para pastores de diversas regiões do Estado – capital, Grande de São Paulo e interior -, e a partir dessa reunião iniciamos a implantação, começando com a publicação de normas internas, que não existiam, abordando a capelania voluntária e também normas regionais. Cada comandante entendeu que deveria fazer suas normas regionais para regular o trabalho de capelania voluntária e como esses serviços que seriam prestados. Assim começamos a fazer diversas reuniões em diversas regiões, começando aqui pela capital, depois Grande São Paulo e interior. Foram mais de 30 reuniões e nesses encontros eram convidados os comandantes operacionais em todos os níveis de comando operacional e também pastores de diversas igrejas que desejaram compor esse grupo. Integramos os dois grupos – de pastores e de comandantes -, falamos do projeto e demos um treinamento rápido para os pastores e outros membros, como diáconos voluntários. Isso foi realizado em todas as sedes de batalhões e companhias do Estado, e sede regionais da PM, para que fosse reforçada a importância de se trabalhar em parceria, dentro de uma visão de polícia comunitária, que já é uma realidade da polícia militar. Aliás, esse é um dos focos do Projeto Polícia e Igreja, ser um projeto que está dentro da filosofia da polícia comunitária, para trabalhar em parceria com a população civil. Passamos a formar capelães em cursos oferecidos pela Associação PMs de Cristo e damos nosso próprio treinamento. Temos atualmente quase mil capelães, atuando em pelo menos 80% dos municípios do Estado de São Paulo.

– Portal PMs de Cristo: Fale um pouco sobre os cursos de formação de capelães, e como eles atuam nas unidades da PM.

Cel Terra: Nós fizemos ao longo desse tempo, várias iniciativas de cursos, mas eram cursos de capelania simples. Depois acertamos parceria com a Universidade Evangélica de Goiás, que tinha um curso de extensão universitária de capelania militar, e começamos formando capelães nesse curso de extensão universitária dessa universidade. Tratava-se de um curso híbrido, no formato EaD com pequena parte presencial, e depois nós criamos o nosso próprio curso, expandindo um pouco mais, com questões mais práticas de interesse mais direto da realidade da polícia militar do Estado de São Paulo. Hoje nós temos o nosso curso próprio de formação de capelães e também de auxiliares de capelania. Foi um processo, né, e já temos hoje uma boa qualidade nesse curso de formação de capelães e auxiliares de capelania. Atualmente eles atuam com mais qualidade, não apenas para realizar o trabalho deles, que é bem amplo: de aconselhamento, de levar a Palavra, reflexão sobre ela nas diversas oportunidades da agenda policial, então a intenção  é que tenhamos um capelão responsável para cada unidade da polícia militar e um corpo de capelães auxiliares. Nesse momento, estamos desenvolvendo essa estrutura de serviço de capelania, a fim de que esse serviço esteja continue crescendo bem estruturado e funcione com excelência.

– Portal PMs de Cristo: A Associação PMs de Cristo já ampliou o Projeto Polícia e Igreja para além dos muros da PM e chegou às unidades da GCM, por exemplo. Pode falar um pouco sobre essa expansão e a importância dela?

Cel Terra: O PMs de Cristo está cooperando com outras iniciativas similares à nossa. Estamos ajudando a PM do Corpo de Bombeiros da Paraíba, fazendo um curso para eles, aproveitando nosso know-how, nossa experiência aqui de São Paulo do curso de capelania voluntária, e adaptamos à realidade deles, estamos com uma turma que está finalizando a formação na Paraíba, na fase de estágio prático. Além disso, estamos auxiliando a Guarda Civil Municipal de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, na implementação do serviço de capelania voluntária, que temos a partir do Projeto Polícia e Igreja. Estamos, portanto, ajudando esses dois municípios, como também o de Sertãozinho, e as guardas municipais que nos pediram auxílio por meio dos GCMs de Cristo. Também estamos auxiliando a Polícia Civil aqui de São Paulo, por meio do GPJ – Grupo de Policiais de Jesus, que reúne policiais civis de São Paulo, por meio de parceria nessa questão da capelania. Tudo isso, porque nós realmente acreditamos na unidade do Corpo de Cristo, de trabalharmos de forma unida, e nesse perspectiva, de forma unida e cooperativa, entendendo que um ajuda o outro e nós precisamos avançar conforme está escrito em João:17, que é a oração de Jesus, “que todos sejam um para que o mundo creia”. Entendemos a importância desse versículo e buscamos colocá-lo na prática. 

– Portal PMs de Cristo: Olhando para a trajetória da Associação e do Projeto Polícia e Igreja, qual o impacto desse trabalho na vida dos policiais militares, no trabalho e na rotina da família deles, com as ações da Associação?

Cel Terra: O impacto eu creio que esteja sendo muito bom. Nós fizemos uma pesquisa com a tropa, entrevistamos em torno de 1.400 policiais militares da atividade operacional, foi um levantamento bem amplo. E nos resultados dessa pesquisa, nós tivemos 95% de aprovação do Projeto Polícia e Igreja, dessa capelania voluntária que está sendo feita nas unidades operacionais da PM. 95% da tropa declararam que gostam do trabalho e desejam que ele prossiga. Isso mostra que o serviço está fazendo diferença na vida deles, que o trabalho é realmente importante. Uma das respostas que a maioria dos entrevistados pela pesquisa deu para a atividade dos capelães é que é muito bom receber uma palavra antes de entrarem no serviço na viatura. Eles relataram sentir uma paz interior, fruto da reflexão. Eles sabem que precisam de proteção e informam que é muito bom iniciar o dia de serviço, após receber uma reflexão e uma palavra de Deus. Outro resultado importante da pesquisa aponta que os comandantes informaram que o serviço melhora o clima organizacional. Segundo os comandantes, a presença dos capelães no quartel tem trazido melhoria do clima organizacional, porque o trabalho acaba sendo um facilitador para que problemas e conflitos sejam resolvidos. Então, a figura do capelão lá é sempre de alguém que está disposto a ouvir o policial nas suas crises pessoais e isso tem um impacto positivo no trabalho dos comandantes, que são os gestores de polícia, porque os capelães tornam-se facilitadores na gestão de crises pessoais, familiares, de trabalho, muitos suicídios são evitados, a partir desse trabalh e da presença semanal do capelão nos quartéis, em contato direto com a tropa. Esse serviço semanal de capelania voluntária auxilia no fortalecimento da fé dos policiais e dos comandantes e culmina alcançando a família desses policiais militares, porque os capelães sempre reforçam a importância de priorizar a família, os filhos, a esposa, o momento em família. O estudo mostrou que eles precisam muito desse aconselhamento e o resultado da pesquisa indicou ainda que eles valorizam esse trabalho porque necessitam reforçar a própria fé, a vida espiritual, a importância que a valorização da vida espiritual tem no equilíbrio entre saúde física, saúde espiritual e saúde emocional, porque muitos problemas são decorrentes de crises que a pessoa enfrenta sozinha e que desestabilizam todos os segmentos da vida dela. Sabendo da necessidade do equilíbrio dessas forças (vida espiritual, saúde emocional e saúde física), os PMs de Cristo adotam essas iniciativas por meio de seus trabalhos, especialmente o de capelania voluntária presencial dentro dos quartéis.

– Portal PMs de Cristo: O que o senhor destaca importante comemorar neste aniversário da Associação PMs de Cristo?

Cel Terra: Nesses 29 anos de existência da Associação, é importante ressaltar muita gratidão a Deus, por termos chegado até aqui da forma que chegamos. Estamos entrando em uma nova sede administrativa, estamos trabalhando mudança organizacional de gestão pela qualidade.  Quero ressaltar que é um momento de muita gratidão a Deus por Ele ter nos proporcionado chegar até aqui com vida e, graças a Ele, o nosso nome e o Projeto Polícia e Igreja no Estado de São Paulo estão se expandindo para todos os comandos de policiamento. Temos um grande apoio do Comando-Geral inédito, isso é um ponto a ser destacado, a maioria dos coronéis apoia os PMs de Cristo, então isso também é um motivo de muita gratidão, esse apoio institucional que temos hoje e que é muito grande, e queremos ressaltar o privilégio de entrarmos em nova etapa de expansão e consolidação do trabalho dos PMs de Cristo, de melhoria do curso de capelães voluntários, com abertura também de novas oportunidades de cursos, uma nova etapa dessa reestruturação administrativa e a nova sede que são grande benção que Deus nos deu. Ainda não é uma sede própria, mas cremos que em breve será. De qualquer forma é uma sede muito bem estruturada, com condições de atendermos bem nossos policiais e de realizarmos todo gerenciamento e coordenação em todo o Estado de São Paulo. Temos condições de prestar um serviço melhor ao nosso associado e um serviço de capelania melhor a toda a polícia militar como um todo. Quero aproveitar e agradecer a todos os capelães, à parceria deles, aos auxiliares de capelania e à parceria das igrejas que nos ajudaram a chegar até aqui. São pessoas que nos auxiliam voluntariamente para prestarmos esse serviço com excelência.

– Portal PMs de Cristo: Quais os projetos futuros da Associação que o senhor pode nos adiantar? 

Cel Terra: Nós precisamos consolidar o Projeto Polícia e Igreja, a parte normativa e toda a potencialidade desse projeto para todas as unidades policiais do Estado de São Paulo. Nós ainda não temos essa potencialização em todos os municípios do estado. Estamos fazendo o mapeamento com a finalidade de consolidar de identificar onde não temos ainda. Vamos fazer os treinamentos, melhorar a parte de cursos, já estamos ampliando a grade curricular, com matérias novas para formação de capelães, e também cursos de especialização e aperfeiçoamento dentro da capelania, que é de ampliar o olhar para fora da polícia militar, na capelania comunitária para a prevenção ao crime. Outra meta é ampliar o programa de oração, Ore por sua Polícia, por meio de salas virtuais de oração permanentes, semanalmente, facilitando a oração conjunta pela segurança e de engajamento, abrindo canais para que os policiais possam pedir orações a qualquer momento.

– Portal PMs de Cristo: Cite outros projetos que existem dentro da Associação e como funcionam.

Cel Terra: Além dos projetos citados anteriormente, posso destacar que São Paulo irá sediar o Congresso Mundial de Militares, no ano de 2024, e nós já começamos a nos preparar para esse evento. Ainda neste ano, devemos participar de um encontro de líderes militares cristãos Sul Americanos para começar a delinear nossa participação nesse congresso, e também destaco que os PMs de Cristo cooperam com o Movimento de Oração Pátria Amada, que é de orações pela Força de Segurança Nacional e pelo país como um todo.

– Portal PMs de Cristo: Falando sobre os associados, quais benefícios eles possuem ao fazerem parte da Associação PMs de Cristo?

Cel Terra: Estamos criando um departamento de benefícios sociais. Estamos fechando esses benefícios para passar aos associados, mas posso adiantar que teremos benefícios na área educacional, jurídica e de outras áreas que serão divulgados para os policiais militares associados nos próximos dias. Lembrando que um foco importante do nosso trabalho é cooperar para o bem estar geral do associado, gerando qualidade de vida por meio do projeto Polícia e Igreja, que promove a paz e a harmonia no trabalho, gerando impacto positivo para a sociedade e familiares desses profissionais.

– Portal PMs de Cristo: O que mais o senhor acrescentaria ao falar sobre mais esse aniversário da entidade? 

Cel Terra: O mais importante a ser destacado ao longo desses 29 anos de caminhada é a importância do programa que leva a fé e a cultura de paz à corporação e, por consequência, à comunidade e aos civis, trabalhando para que todos tenham melhor qualidade de vida. Estamos muito felizes e agradecidos a Deus por tudo isso, pela nova sede, pela possibilidade de ampliação dos nossos trabalhos e melhorar a saúde geral da sociedade. 

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